quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Bar é poesia (Esculpindo)
Esculpindo
(luiz alfredo motta fontana)
O medo
em cristal
disfarce
em sedimentos
O desejo
nunca ousado
repousa quieto
em relevos escuros
A cada cinzel
uma dor
a cada sulco
verte
um prazer
Possuir
torna-se verbo presente
desnudá-la
uma certeza
uma certeza
Sob o medo
além das defesas
respira
úmida
confusa e nua
O cinzel sorri
sob as mãos do escultor
cumprindo seu fado
sem hesitar a traz
em renovados pulsares
Em rubor
delicado e vivo
uma confissão
escorre em aroma
Nele, seu desejo
nela, sua assinatura
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