domingo, 27 de março de 2016

Bar é poesia (O adormecer do poeta)





O adormecer do poeta





(luiz alfredo motta fontana)





A nascente vai ao longe
afluentes minguam
saltos, sobressaltos
são agora lembranças
suavizaram

Turvo
guarda poucos sonhos
alguns nunca acordados
relutam em prosseguir
vencidos pela corrente

É um rio
é a vida
é a poesia que se despede
é um poeta
prestes a adormecer

sexta-feira, 25 de março de 2016

Bar é poesia (Toda noite)




Toda noite




(luiz alfredo motta fontana)






Toda manhã
meus fantasmas 
em magia suave
tornam-se crianças
sorriem

toda noite ressurgem
postados à mesa
ou dividindo balcão

toda noite
asseguram
tristeza nunca andará só

domingo, 13 de março de 2016

Bar é poesia (Noite em dia)




Noite em dia




(luiz alfredo motta fontana)




Reclamava
Não se acostumara à nudez
Passara a vida entre sombras e panos
Sentia-se violada
Respirava noite em dia

O poeta a atendeu
e a seu modo
a vestiu
Verso nu 
agora, a cobria

O poema, ainda úmido
na musa ardia