sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Bar é poesia (A distração)




A distração





(luiz alfredo motta fontana)







A mesa, ao canto.
Nela o estranho.
O olhar, além da outra calçada.
O maço de cigarros, pousado, sobre o pano quadriculado da mesa, em parceria com um antigo relógio de bolso.
Nada destoava daquele arranjo.


A dúvida?
Qual personagem ainda faltava?
Que certamente desenharia um sorriso ao fim da espera.
Da sua mesa, no canto oposto, não percebia, nenhum vestígio, nenhum sinal.
Enredo mudo.


Por várias doses nada mudou.
Por fim, num distraído olhar para a moça que passava...
Percebeu...
A espera, como sempre,
era dele.

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